Nas contribuições reunidas neste livro, uma trintena de historiadores, economistas e outros cientistas sociais relacionam desenvolvimento económico, regime político e ordem global no caso português.
A tradição de Jorge Borges de Macedo configura-se através de três linhas de força: primeiro, as interpretações que propôs sobre a evolução da economia portuguesa, sobretudo no longo século XVIII, que terminaria com a implantação do liberalismo; segundo, a sua perspectiva metodológica e teórica sobre a história; terceiro, a história baseada numa perspectiva globalizante e numa visão de longo prazo. Transparece nos testemunhos a relevância do seu ensino para a Faculdade de Letras, o antigo Instituto Superior de Ciências Económicas e Financeiras e a Universidade Católica Portuguesa. A apresentação intitula-se Saber continuar, lema usado nas três obras referenciadas na capa, organizadas pelo filho do homenageado, que dirige as instituições científicas que promoveram esta publicação. A contracapa reproduz um desenho da neta Ana que alude ao fascínio do avô pelos mochos. O livro está organizado em três partes. Na parte I, referente a um seminário na Faculdade de Economia da Universidade Nova de Lisboa, os três primeiros ensaios tratam do pensamento económico, da estrutura do comércio externo e das remessas de ouro no século XVIII português. Seguem-se dois ensaios em inglês sobre a transição para o liberalismo em Portugal e a interacção das instituições e do desenvolvimento económico, numa óptica interdisciplinar. O sexto ensaio integra a vaga actual de globalização numa perspectiva de longa duração e procura encontrar na evolução histórica sinais para desenhar a melhor estratégia de actuação face aos desafios que suscita. A parte II, sobre Portugal liberal, inclui ensaios sobre a visão do homenageado acerca de Europa e identidade nacional e das implicações da cultura política liberal para o anticlericalismo. O oitavo ensaio defende que, antes da primeira vaga da globalização, estiveram asseguradas regras limitando o arbítrio dos monarcas portugueses tanto para cobrar impostos quanto para quebrar o valor da moeda, ou seja uma constituição fiscal. Na parte III, António Castro Henriques, neto e historiador no Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa editou os debates.
Language
Portuguese
Pages
314
Format
Paperback
Publisher
Tribuna da História
Release
May 18, 2022
Nove ensaios na tradição de Jorge Borges de Macedo
Nas contribuições reunidas neste livro, uma trintena de historiadores, economistas e outros cientistas sociais relacionam desenvolvimento económico, regime político e ordem global no caso português.
A tradição de Jorge Borges de Macedo configura-se através de três linhas de força: primeiro, as interpretações que propôs sobre a evolução da economia portuguesa, sobretudo no longo século XVIII, que terminaria com a implantação do liberalismo; segundo, a sua perspectiva metodológica e teórica sobre a história; terceiro, a história baseada numa perspectiva globalizante e numa visão de longo prazo. Transparece nos testemunhos a relevância do seu ensino para a Faculdade de Letras, o antigo Instituto Superior de Ciências Económicas e Financeiras e a Universidade Católica Portuguesa. A apresentação intitula-se Saber continuar, lema usado nas três obras referenciadas na capa, organizadas pelo filho do homenageado, que dirige as instituições científicas que promoveram esta publicação. A contracapa reproduz um desenho da neta Ana que alude ao fascínio do avô pelos mochos. O livro está organizado em três partes. Na parte I, referente a um seminário na Faculdade de Economia da Universidade Nova de Lisboa, os três primeiros ensaios tratam do pensamento económico, da estrutura do comércio externo e das remessas de ouro no século XVIII português. Seguem-se dois ensaios em inglês sobre a transição para o liberalismo em Portugal e a interacção das instituições e do desenvolvimento económico, numa óptica interdisciplinar. O sexto ensaio integra a vaga actual de globalização numa perspectiva de longa duração e procura encontrar na evolução histórica sinais para desenhar a melhor estratégia de actuação face aos desafios que suscita. A parte II, sobre Portugal liberal, inclui ensaios sobre a visão do homenageado acerca de Europa e identidade nacional e das implicações da cultura política liberal para o anticlericalismo. O oitavo ensaio defende que, antes da primeira vaga da globalização, estiveram asseguradas regras limitando o arbítrio dos monarcas portugueses tanto para cobrar impostos quanto para quebrar o valor da moeda, ou seja uma constituição fiscal. Na parte III, António Castro Henriques, neto e historiador no Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa editou os debates.