Livro incontornável na carreira de Paz Errázuriz – feito em 1994 em parceria com a escritora Diamela Eltit e considerado um dos grandes fotolivros latino-americanos do século XX –, O infarto da alma é publicado pela primeira vez no Brasil pelo Instituto Moreira Salles, por ocasião da retrospectiva da fotógrafa no IMS Paulista.
Os retratos que Errázuriz realizou de casais apaixonados que se formaram dentro do hospital psiquiátrico Philippe Pinel, na cidadezinha de Putaendo, no Chile, são fruto, como em quase todas as suas séries fotográficas, de uma relação de anos de com esses indivíduos, calcada no respeito mútuo. São fotos de uma riqueza emocional sem par, distantes das tradicionais representações visuais da loucura; imagens que ajudam a dar corpo e voz a pessoas que beiram o esquecimento e que, ao se entregarem ao amor, resistem a toda despersonificação que já lhes foi imposta pela sociedade e pelo Estado. O texto de Eltit multiplica essas vozes, extraindo delas outros sentidos ao misturar e subverter gêneros para falar, em última instância, do amor – que tem, em comum com a loucura, uma “tendência a se fundir, a se confundir com o outro”.
Poderoso levante contra o discurso dominante da razão, esta é uma narrativa única e profundamente humana, em que as artistas chilenas conseguem unir todos nós, os de dentro e os de fora dos muros do sanatório, numa mesma vertigem amorosa.
Livro incontornável na carreira de Paz Errázuriz – feito em 1994 em parceria com a escritora Diamela Eltit e considerado um dos grandes fotolivros latino-americanos do século XX –, O infarto da alma é publicado pela primeira vez no Brasil pelo Instituto Moreira Salles, por ocasião da retrospectiva da fotógrafa no IMS Paulista.
Os retratos que Errázuriz realizou de casais apaixonados que se formaram dentro do hospital psiquiátrico Philippe Pinel, na cidadezinha de Putaendo, no Chile, são fruto, como em quase todas as suas séries fotográficas, de uma relação de anos de com esses indivíduos, calcada no respeito mútuo. São fotos de uma riqueza emocional sem par, distantes das tradicionais representações visuais da loucura; imagens que ajudam a dar corpo e voz a pessoas que beiram o esquecimento e que, ao se entregarem ao amor, resistem a toda despersonificação que já lhes foi imposta pela sociedade e pelo Estado. O texto de Eltit multiplica essas vozes, extraindo delas outros sentidos ao misturar e subverter gêneros para falar, em última instância, do amor – que tem, em comum com a loucura, uma “tendência a se fundir, a se confundir com o outro”.
Poderoso levante contra o discurso dominante da razão, esta é uma narrativa única e profundamente humana, em que as artistas chilenas conseguem unir todos nós, os de dentro e os de fora dos muros do sanatório, numa mesma vertigem amorosa.