É como se Paulina continuasse o Grito Negro de José Craveirinha ao dizer NÃO à eterna escravatura que é, como diria Amartya Sen, a espoliação da pessoa; o outro; um outro de que as forças são brutalmente arrancadas do chão. [...] E quantas vezes sobre nós a força foi usada para reprimir nossa insatisfação diante das dívidas externas que renovam a opressão? Digam: "a política pode superar a sua imagem negativa de poder de opressão e corrupção e ser concebida como possibilidade de construção de um mundo melhor?" Digam: "o ideal político de bem comum já se realizou algum dia na materialidade das relações sociais para além do mundo das ideias e do formalismo das leis?" Também não sei. Porém, o livro que nos chega é este recuo em verso para a alma de cada um. É um convite para a memória. Mas é, igualmente, um chamado de coragem e para um choro comum.
Dionísio Bahule - crítico literário e filósofo
Maputo, janeiro de 2017
É como se Paulina continuasse o Grito Negro de José Craveirinha ao dizer NÃO à eterna escravatura que é, como diria Amartya Sen, a espoliação da pessoa; o outro; um outro de que as forças são brutalmente arrancadas do chão. [...] E quantas vezes sobre nós a força foi usada para reprimir nossa insatisfação diante das dívidas externas que renovam a opressão? Digam: "a política pode superar a sua imagem negativa de poder de opressão e corrupção e ser concebida como possibilidade de construção de um mundo melhor?" Digam: "o ideal político de bem comum já se realizou algum dia na materialidade das relações sociais para além do mundo das ideias e do formalismo das leis?" Também não sei. Porém, o livro que nos chega é este recuo em verso para a alma de cada um. É um convite para a memória. Mas é, igualmente, um chamado de coragem e para um choro comum.
Dionísio Bahule - crítico literário e filósofo
Maputo, janeiro de 2017