Terá sido preciso tudo isto, este raspar com unha insofrida tantos e tão inocentes sinais?
Os sons de há trinta anos! E bastaram trinta anos para calar tudo ou, sobretudo, erguer novas vozes tremendas. Que bom, ao fim e ao cabo, que ainda haja pelo menos as vozes do tio Zé das Candeias, do tio Domingos Frutuoso, dos velhos contadores de contas. E que bom que eles, enquanto durarem, estejam dispostos a aturar-me, a desenterrar para mim o braço de mar que corre sob o Monte Mé – o fluido tesouro subterrâneo que é esta novelística ingénua, matreira, compassiva, maliciosa, antiquíssima e tão bela que me foi dado contemplar a céu aberto, neste Verão de 1985 e neste lugar onde – peço licença ao poeta galego – o mundo se chama Grijó e onde o príncipe das trevas em pessoa compareceu certa vez – ou não compareceu, tanto faz – no funeral de uma bruxa boa a quem chamavam a Espremida.
Terá sido preciso tudo isto, este raspar com unha insofrida tantos e tão inocentes sinais?
Os sons de há trinta anos! E bastaram trinta anos para calar tudo ou, sobretudo, erguer novas vozes tremendas. Que bom, ao fim e ao cabo, que ainda haja pelo menos as vozes do tio Zé das Candeias, do tio Domingos Frutuoso, dos velhos contadores de contas. E que bom que eles, enquanto durarem, estejam dispostos a aturar-me, a desenterrar para mim o braço de mar que corre sob o Monte Mé – o fluido tesouro subterrâneo que é esta novelística ingénua, matreira, compassiva, maliciosa, antiquíssima e tão bela que me foi dado contemplar a céu aberto, neste Verão de 1985 e neste lugar onde – peço licença ao poeta galego – o mundo se chama Grijó e onde o príncipe das trevas em pessoa compareceu certa vez – ou não compareceu, tanto faz – no funeral de uma bruxa boa a quem chamavam a Espremida.