Médico cancerologista há quarenta anos, Drauzio Varella convive com a morte todos os dias. A experiência ao lado de pacientes terminais está contada no livro Por um fio, uma série de relatos em que o autor de Estação Carandiru
mostra como a proximidade da morte afeta o doente, seus familiares e até os profissionais responsáveis pelo
tratamento. A ligação estreita com o tema, no entanto, não o preparou totalmente para viver a situação inversa, do outro
lado do balcão. Em 2004, ao voltar de uma viagem à floresta amazônica local que ele já visitara mais de cinqüenta
vezes por conta do trabalho de pesquisa em que atua no rio Negro , Drauzio sentiu-se mal, teve febre e,
após alguns dias de teimosia obstinada, aceitou interromper o atendimento no consultório e repousar. Pouco depois,
foi internado. Conforme aumentavam a febre e o mal-estar, aumentavam também as incertezas quanto ao diagnóstico.Acompanhando de perto a angústia dos colegas, o doente viu-se na desconfortável posição de entender melhor do que um paciente comum a gravidade de seu caso. Nem mesmo a descoberta de que se tratava de febre amarela trouxe alento: a enfermidade não tem cura, é preciso deixá-la seguir seu curso e torcer para que o corpo resista e se recupere.
Médico cancerologista há quarenta anos, Drauzio Varella convive com a morte todos os dias. A experiência ao lado de pacientes terminais está contada no livro Por um fio, uma série de relatos em que o autor de Estação Carandiru
mostra como a proximidade da morte afeta o doente, seus familiares e até os profissionais responsáveis pelo
tratamento. A ligação estreita com o tema, no entanto, não o preparou totalmente para viver a situação inversa, do outro
lado do balcão. Em 2004, ao voltar de uma viagem à floresta amazônica local que ele já visitara mais de cinqüenta
vezes por conta do trabalho de pesquisa em que atua no rio Negro , Drauzio sentiu-se mal, teve febre e,
após alguns dias de teimosia obstinada, aceitou interromper o atendimento no consultório e repousar. Pouco depois,
foi internado. Conforme aumentavam a febre e o mal-estar, aumentavam também as incertezas quanto ao diagnóstico.Acompanhando de perto a angústia dos colegas, o doente viu-se na desconfortável posição de entender melhor do que um paciente comum a gravidade de seu caso. Nem mesmo a descoberta de que se tratava de febre amarela trouxe alento: a enfermidade não tem cura, é preciso deixá-la seguir seu curso e torcer para que o corpo resista e se recupere.