O MAR E A LUSOFONIA
«Da minha língua vê-se o mar»
Ensaio & Poesia | Temas & Autores
- Ainda sobre Leonardo Coimbra
Evocações | Outros Voos
Bibliáguio | Noticiáguio | Poemáguio
A ligação com o mar começa por ser um factor geográfico comum a todos os países de língua portuguesa, mas, como acontece com alguns “factores geográficos”, está muito para além disso. Com efeito, a forma como estamos no mundo, a forma como somos, sentimos e pensamos, não é apenas afectada pelo factor tempo – apesar deste ser o mais óbvio –, mas, igualmente, pelo factor espaço. Já foi muitas vezes referida, por exemplo, a influência da experiência espacial do deserto no pensamento árabe, em particular no que este tem de mais espiritual.
Partindo desse factor geográfico – de a ligação ao mar ser comum a todos os países de língua portuguesa –, procurámos, pois, neste número da "Nova Águia", pensar a ligação entre o mar e a Lusofonia, sugestivamente já referida por Vergílio Ferreira, quando escreveu: “Da minha língua vê-se o mar.” Em que medida o mar emerge na nossa língua, na forma como estamos no mundo, na forma como somos, sentimos e pensamos, eis, pois, em suma, o repto que lançámos aos nossos colaboradores, também eles unidos pelo mar por esse mundo fora.
O nosso pensamento parece-nos ter, com efeito, essa marca “marítima”, em contraponto com os pensamentos mais “continentais”, mais ligados à terra, ou seja, à fixidez e às fronteiras – e, por isso, menos propensos à mistura e à mestiçagem, marca maior da Lusofonia.
O MAR E A LUSOFONIA
«Da minha língua vê-se o mar»
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A ligação com o mar começa por ser um factor geográfico comum a todos os países de língua portuguesa, mas, como acontece com alguns “factores geográficos”, está muito para além disso. Com efeito, a forma como estamos no mundo, a forma como somos, sentimos e pensamos, não é apenas afectada pelo factor tempo – apesar deste ser o mais óbvio –, mas, igualmente, pelo factor espaço. Já foi muitas vezes referida, por exemplo, a influência da experiência espacial do deserto no pensamento árabe, em particular no que este tem de mais espiritual.
Partindo desse factor geográfico – de a ligação ao mar ser comum a todos os países de língua portuguesa –, procurámos, pois, neste número da "Nova Águia", pensar a ligação entre o mar e a Lusofonia, sugestivamente já referida por Vergílio Ferreira, quando escreveu: “Da minha língua vê-se o mar.” Em que medida o mar emerge na nossa língua, na forma como estamos no mundo, na forma como somos, sentimos e pensamos, eis, pois, em suma, o repto que lançámos aos nossos colaboradores, também eles unidos pelo mar por esse mundo fora.
O nosso pensamento parece-nos ter, com efeito, essa marca “marítima”, em contraponto com os pensamentos mais “continentais”, mais ligados à terra, ou seja, à fixidez e às fronteiras – e, por isso, menos propensos à mistura e à mestiçagem, marca maior da Lusofonia.