Somos escravos da comida; escravos voluntários, é certo. Temos as nossas vidas organizadas em torno de rituais alimentares. Poderia traçar-se o retrato de cada um de nós a partir dos hábitos comensais, de acordo com as idiossincrasias e as diferentes circunstâncias de tempo e de lugar; uma biografia gastronómica, por assim dizer. A literatura já o faz há muito. Comer pode ser uma forma de redenção. E também, graças a deus, uma elaborada forma de pecar. Jorge Luis Borges imaginava o paraíso como uma espécie de biblioteca; se não for pedir muito, que seja uma biblioteca, de preferência, onde se possa comer e beber.
Somos escravos da comida; escravos voluntários, é certo. Temos as nossas vidas organizadas em torno de rituais alimentares. Poderia traçar-se o retrato de cada um de nós a partir dos hábitos comensais, de acordo com as idiossincrasias e as diferentes circunstâncias de tempo e de lugar; uma biografia gastronómica, por assim dizer. A literatura já o faz há muito. Comer pode ser uma forma de redenção. E também, graças a deus, uma elaborada forma de pecar. Jorge Luis Borges imaginava o paraíso como uma espécie de biblioteca; se não for pedir muito, que seja uma biblioteca, de preferência, onde se possa comer e beber.