Perdido que foi tudo o que podia servir de referência,
somos levados a reconhecer que o labirinto não está, afinal
situado num espaço que, como já dissemos, se vai tornando
ausente. E, ao desaparecer esta referência última, somos
levados a concluir que ele é em nós próprios que existe
acabando, assim, por se confundir cada vez mais com a nossa
presença. Compreendemos, então, que todos os lugares são um
labirinto, não para encontrarmos uma saída, mas para nele nos
encontrarmos.
Fernando Guimarães, Tratado de harmonia. Poemas, p. 44
Perdido que foi tudo o que podia servir de referência,
somos levados a reconhecer que o labirinto não está, afinal
situado num espaço que, como já dissemos, se vai tornando
ausente. E, ao desaparecer esta referência última, somos
levados a concluir que ele é em nós próprios que existe
acabando, assim, por se confundir cada vez mais com a nossa
presença. Compreendemos, então, que todos os lugares são um
labirinto, não para encontrarmos uma saída, mas para nele nos
encontrarmos.
Fernando Guimarães, Tratado de harmonia. Poemas, p. 44